Inspirado na Sequência: O ENFORCADO - A TORRE DA DESTRUIÇÃO - O ENAMORADO - O IMPERADOR.
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Foto: Viviane Fracari |
São pernas, são braços...
Roseiras quase desaparecem, viram pequenos
caules, quase nada de folhas.
Quase me esqueço que ali há roseira.
É importante que se lembre de avisar as
crianças para que não brinquem no jardim, pois elas, num descuido, podem pisar sobre a roseira. Roseira sem rosa, também é roseira.
Geada, seca, granizo, queimada, chuva brava...
Pode não ser criança, nem enxada, nem
trator.
Pode ser que seja a ausência de vontade humana
sobre o desejo de florir.
Pode ser um formigueiro a me consumir.
Pode ser uma praga.
Esperava pela poda, mas veio a peste.
Porém, no amor da terra pelos seus frutos,
surgem crianças que plantam roseiras nos velhos jardins.
Surgem crianças e seus regadores.
Surgem minhocas no amor da terra pelos seus
frutos.
Surgem braços, pernas, tronco de roseira nova.
Meu amor colheu uma rosa no jardim para
entregá-la a mim.
Há o amor da terra pelos seus frutos e também
o amor de seus frutos pelos que se dão inteiros aos seus amantes.
Pode vir a poda, pode vir a peste...
O amor não se submete.
Aceito a rosa que você me oferece.
Exalo o perfume da rosa, beijo tua boca.
Sabes enxergar a rosa que em mim mora, mesmo
quando me encontro em estado de poda.
Com Amor,
Adriana Azenha.
Só para ilustrar...
http://www.youtube.com/watch?v=DUFYG1EHuEw