segunda-feira, 13 de junho de 2011

Carta Crua | Um grito de morte

Eu não posso escrever essa carta.
São quantas mortes? Quantas vezes se morre?
Essa carta que eu não posso escrever é uma carta cheia de dúvidas, angústias e inseguranças.
Uma carta que não chega ao fim, uma carta com imagens que entram e saem da minha mente como se fossem invasores, imagens que me deixam cega. Essa carta é sobre um fim que não chega nunca.
Eu grito por esse fim, eu imploro por esse fim. Eu morro por esse fim.
Eu quero ficar livre desse tormento, desse diálogo insuportável que mora dentro da minha cabeça, que me atormenta. Essa carta é sobre uma esperança esfomeada, sobre uma culpa corrosiva, sobre uma vergonha destrutiva, sobre uma falsa história, uma mentira. Eu não preciso de provas. Eu preciso que haja somente uma verdade sobre minha derrota. Eu me sinto derrotada, estou sem forças, me enterrem, acabem de uma vez por todas com esse sofrimento. Eu estou pedindo, clamando pelo fim. FIM.
Morte ao amor, morte ao amor morto, morte ao amor morto, que morra, que morra, morte ao amor morto, que morra, que morra, que morra, que morra. EU QUERO VIVER!!!
Não compartilho esta carta, exijo silêncio. Impossível comentar, não há mais nada a ser dito, é apenas um grito de morte no vazio, quero gritar sozinha, sem eco, sem ressonância, permitam-me um último grito. Tampem os ouvidos, eu prometo não me prolongar, serei breve.
Obrigada.