Quinta-feira vou fazer as unhas.
Escolher a cor do esmalte é um pequeno ritual.
É a assinatura na tela do artista.
O último e definitivo detalhe.
Em seguida, limpar as bordas, passar secante e dar uma assopradinha.
E cuidar pra não borrar, esperar o tempo que for preciso pra não correr esse risco.
Preciso me presentear com um capricho.
Um agradinho que coloque em mim um sorriso de moça formosa.
Vou usar um anél bonito, vou gesticular com precisão.
Vou estender a mão para ser beijada pelo gentil cavalheiro.
E ele dirá "Muito prazer, encantado..."
Seja bem-vindo! Os textos publicados são inspirados na linguagem pictórica não-verbal do Tarô. "O baralho de Marselha nos chega desacompanhado de um texto explicativo. Em vez disso, oferece-nos simplesmente uma história pela imagem, uma canção sem palavras, que nos acode ao espírito como um velho refrão, evocando lembranças sepultadas" (Sallie Nichols). Textos: Adriana Azenha. Fotos: Viviane Fracari. O Blog deu origem ao espetáculo teatral O MIOLO DA MISSIVA.
terça-feira, 31 de agosto de 2010
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
o funeral
um escândalo, um horror vê-la gritando tanto.
limpou o ranho do nariz no vestido.
acompanhou o cortejo aos prantos.
lamentou a perda.
rezou com fervor.
despediu-se com lágrimas nos olhos,
com tremor nos ossos.
viu-se morta.
agora pediu que rezassem a missa.
cada tempo marcado faz aliviar a dor da saudade.
uma semana, um mês, um ano...
viver sem a outra parte.
o luto triste da viuvez de quem mata a metade.
limpou o ranho do nariz no vestido.
acompanhou o cortejo aos prantos.
lamentou a perda.
rezou com fervor.
despediu-se com lágrimas nos olhos,
com tremor nos ossos.
viu-se morta.
agora pediu que rezassem a missa.
cada tempo marcado faz aliviar a dor da saudade.
uma semana, um mês, um ano...
viver sem a outra parte.
o luto triste da viuvez de quem mata a metade.
domingo, 29 de agosto de 2010
Adão onde estás?
Adão onde estás?
Perguntou Deus, enquanto Eva lambia os dedos saboreando sem medo o melado da maçã.
Adão escondido no fundo de algum buraco cavado no chão do Paraíso, acreditava estar invisível.
Deus sem dó nem piedade botou fora a dupla gulosa.
Pobre Adão, tão covardão. Imaginem se Deus com toda sua onipresença, não iria achar sua imagem e semelhança, encolhido feito um esquilo, no oco do seu esconderijo. Pois é, achou...
Assim começa a história.
Deus sempre soube que Adão nunca saberia nem onde ele próprio estaria.
Adão, onde estás com a cabeça?
Em Eva, deveria ser essa a resposta, mas não era.
E lá estava Eva, no lugar que era dela, agradecendo à Deus por ter herdado de Adão somente a costela.
Perguntou Deus, enquanto Eva lambia os dedos saboreando sem medo o melado da maçã.
Adão escondido no fundo de algum buraco cavado no chão do Paraíso, acreditava estar invisível.
Deus sem dó nem piedade botou fora a dupla gulosa.
Pobre Adão, tão covardão. Imaginem se Deus com toda sua onipresença, não iria achar sua imagem e semelhança, encolhido feito um esquilo, no oco do seu esconderijo. Pois é, achou...
Assim começa a história.
Deus sempre soube que Adão nunca saberia nem onde ele próprio estaria.
Adão, onde estás com a cabeça?
Em Eva, deveria ser essa a resposta, mas não era.
E lá estava Eva, no lugar que era dela, agradecendo à Deus por ter herdado de Adão somente a costela.
O Miolo da Missiva
Ouço o som das palavras.
Batizar meu Blog é o mesmo que me rebatizar.
Bate, rebate tambor.
É o miolo do pão, o centro da missiva.
É a carta pra ser lida e resumida.
Aliterar o nome.
Sintetizar o desejo, matar a fome de escrever pra quem quiser me ler.
O Miolo da Missiva é a essência do verbo, a primeira pessoa do meu provérbio.
Meu dito feito popular.
Nasce agora minha palavra sonora.
Vida longa as linhas do meu diário sem cadiado.
E sem mais delongas seguem as entrelinhas de O Miolo da Missiva.
Batizar meu Blog é o mesmo que me rebatizar.
Bate, rebate tambor.
É o miolo do pão, o centro da missiva.
É a carta pra ser lida e resumida.
Aliterar o nome.
Sintetizar o desejo, matar a fome de escrever pra quem quiser me ler.
O Miolo da Missiva é a essência do verbo, a primeira pessoa do meu provérbio.
Meu dito feito popular.
Nasce agora minha palavra sonora.
Vida longa as linhas do meu diário sem cadiado.
E sem mais delongas seguem as entrelinhas de O Miolo da Missiva.
Assinar:
Postagens (Atom)