segunda-feira, 30 de agosto de 2010

o funeral

um escândalo, um horror vê-la gritando tanto.
limpou o ranho do nariz no vestido.
acompanhou o cortejo aos prantos.
lamentou a perda.
rezou com fervor.
despediu-se com lágrimas nos olhos,
com tremor nos ossos.
viu-se morta.
agora pediu que rezassem a missa.
cada tempo marcado faz aliviar a dor da saudade.
uma semana, um mês, um ano...
viver sem a outra parte.
o luto triste da viuvez de quem mata a metade.

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