quinta-feira, 3 de novembro de 2011

Carta Crua Para Sérgio Duarte | A Promessa.




Foto de Viviane Fracari
Tanto faz, quanto fez.
Tarde demais, já misturei...
Já não sei quantos eram, tantos foram, outros vieram.
Não sei se de manhã, se de tarde, se verão ou inverno.
Quanto importa o tempo para o mistério?
Hoje estou disposto a crer no credo fora da cruz.
Ontem fiquei inquieto, mas só sei agora, na hora achei que estava certo.
Por enquanto observo.
Depois pondero.
Antes não levava a sério a duração do vento sobre o relevo da montanha.


Durante o intervalo do sono, um minuto pode ser um século para o pesadelo.
Quero sonhar que perdi a hora, que não fui, que me atrasei e me desocupei do compromisso.
Quero acordar já tendo cumprido o dever, já tendo feito as obrigações.
Quero acordar sem o despertar sonoro do relógio, sem o escuro da noite.
Quando for dia, quero fazer com tanta alegria minhas tarefas.
Tanto faço, quanto fiz, são tarefas que entregues no prazo, aguardam seu valor para que cheguem as recompensas.
Tantas quantas o quando mereço.
É o tempo rendido frente ao misterioso destino que de todos se faz desconhecido.
Revela-te diante de mim, oh prometido!