sábado, 3 de janeiro de 2015

https://scontent-b-gru.xx.fbcdn.net/hvideo-xpf1/v/t43.1792-2/10528273_750546145003558_1779068818_n.mp4?rl=2530&vabr=1687&oh=a17e0a0de3c989c7e578459eff668d54&oe=54A8E7B8
https://www.facebook.com/video.php?v=684467781611395&l=8401543942114550659
https://www.facebook.com/video.php?v=675415309183309&l=7188069763624605949

PAPISA

Vontade de escrever e de ler o que escrevi.
Escrever mulher ou palavra.
Escrever mulher é como escrever toalha.
Escrever palavra é como escrever trevo.
Toalha molhada sobre a cama.
Trevo de quatro folhas não é trevo, é coisa sem nome.
Toalha de mesa molhada de vinho derramado.
Trevo desfolhado. 
Palavra atrevida.
Entrevero de palavras é inspiração.
Mulher é palavra pouca como toalha para secar o mar.
Mulher é palavra entrevada.
Quero uma palavra espaçosa para escrever toalha de mesa para a santa ceia e seus treze homens sentados.
Quero uma palavra grandiosa para escrever palavra sem nome, palavra que não significa nada depois de desfolhada. Era trevo, depois virou folha, depois poeira na estrada.
Num trevo da estrada não tem a quarta via, encruzilhada, palavra robusta. 
Encruzilhada é mais mulher na palavra.
Arbusto de trevos é dicionário para tudo que não tem significado.
Busto robusto.
Trevo entrevado.
Mulherada.
Muralha.
Para escrever mulher com quatro folhas, dedico uma folha para o seio direito, uma para o seio esquerdo, uma para as nádegas e outra para a buceta.
Podia escolher outra palavra para o destino desta quarta e última folha.
A folha que não é do trevo, mas que é da encruzilhada.
Para escrever mulher me dispo da palavra.
Para escrever palavra livro-me da folha.
Arranco do livro as folhas.