domingo, 19 de junho de 2011

Carta Crua | NA COMPANHIA DAS SOMBRAS





Lá onde dorme minha insensatez, plantei uma bananeira, virei estrela, fiz parada de mão, subi no trepa-trepa e me pendurei de cabeça para baixo pra ver o mundo ao contrário. 


Gostei!


Lá onde passeia minha embriaguez, rodopiei confusa no inesperado eclipse, esqueci das horas, agucei os sentidos, desacelerei os ritmos para ter o instinto dos bichos, a inspiração dos poetas e a intuição dos profetas. 


Louvei!


Lá onde mora, pela última vez, minha viuvez, desvesti o luto para vestir o defunto, aqui jaz o jazigo, debaixo dos escombros, soterrado no passado, digo e repito, quantas vezes for preciso, até que se faça entendido: 


-Aqui nasce com rapidez minha lucidez. Antes só, que desacompanhada. 





2 comentários:

  1. Eu gosto muito de acompanhar seus pensamentos... A poética fica a serviço da minha descoberta. Redescupro as repetições da nudez do traje preto, pretendo caronas na sua rapidez, algo se repete, imagens se repetem... meus escombros ficam camadas de figurinos negros, repetido e veloz... imagem para vídeoclipe... sonhando com uma gargalhada, não há desapego... me reúno exatamente no looping de mim.

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    1. Que delícia te ver por aqui!!!
      Quer uma carona?
      Destino incerto...

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